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Praça na Independência receberá nome controverso da história brasileira

O Projeto de Lei aprovado no dia 22 deste mês coloca o amado e odiado por muitos no debate em Itupeva

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Praça na Independência receberá nome controverso da história brasileira
Olavo de Carvalho Foto: Internet

Praça na Independência receberá nome controverso da história brasileira

Na sessão extraordinária do dia 22 deste mês, um dos Projetos de Lei apresentados foi o nº 1.110/2023, de autoria do vereador Eduardo Custódio, o Duzinho (PL), que foi aprovado e denomina uma praça na Vila Independência com o nome “Praça Olavo de Carvalho”, um dos personagens recentes mais controversos da história brasileira, capaz de despertar amor e ódio entre os mais de 220 milhões de brasileiros. Mas você sabe quem foi Olavo de Carvalho?

O Olavo comunista

Militante nos anos 1960 do Partido Comunista Brasileiro (PCB), Olavo de Carvalho adotou, na década seguinte, uma postura anticomunista. Essa foi a primeira de muitas polêmicas que o militante, pensador, escritor, astrólogo e até “guru” da direita colecionou até sua morte, no dia 24 de janeiro de 2022.

O Olavo jornalista

Em 1967, aos 20 anos, Olavo tirou sua carteira de jornalista e foi trabalhar no Notícias Populares, passando por veículos como Correio Braziliense e Folha de São Paulo, exercendo uma carreira que o acompanharia até 2005, quando foi demitido de O Globo.

O Olavo astrólogo

Ele fundou, em 1979, a revista Júpiter – Revista de Astrologia, uma publicação trimestral com vários artigos sobre o tema. Na época, fazia mapas astrais, consultoria e dava aulas. Olavo foi astrólogo assumido de 1978 a 1982. O escritor lançou sua primeira publicação em 1980, A Imagem do Homem na Astrologia. Nessa época, ele distribuía um cartão de visitas como “diretor científico da Sociedade Brasileira de Astrocaracterologia”, sua pseudociência.

Os surtos de Olavo

Em 1976, aos 29 anos de idade, Olavo teve um surto psiquiátrico e foi internado numa clínica. No começo dos anos 1990, segundo relato de sua filha, Heloísa de Carvalho, teve outro surto e apontou um revólver calibre 38 para o ouvido de dois filhos.

O Olavo filósofo

Autoproclamado filósofo, Olavo tornou-se, com o tempo, o principal nome da direita no Brasil. O pensamento de Olavo já foi considerado por acadêmicos como irrelevante. Entre suas principais obras estão O Imbecil Coletivo, de 1996, e O Mínimo que Você Precisa Saber para não Ser um Idiota, de 2013, uma coleção de artigos publicados na imprensa ao longo de mais de uma década.

O guru

Usando as redes sociais para se popularizar entre as novas gerações da direita, Olavo também acabou se tornando folclórico por acreditar e, muitas vezes, propagar notícias falsas — as populares “fake news” —, como o clássico “adoçante de fetos” que a Pepsi usaria em suas fórmulas.

Ele também foi um dos responsáveis por descredibilizar a Covid-19 como pandemia, publicando nas redes sociais: “O medo de um suposto vírus mortífero não passa de historinha de terror para acovardar a população e fazê-la aceitar a escravidão como um presente de Papai Noel.”

O “suposto vírus mortífero”, que matou mais de 700 mil brasileiros, por ironia do destino, acabou por matá-lo. Olavo morreu no dia 24 de janeiro de 2022, de Covid, e aprendeu da pior forma que o “suposto” vírus mortífero de suposto não tinha nada.

Redação 30 de Maio de 2025